23 dezembro 2009

Mensagem da Oficina 4


Além da ler a mensagem, as cursistas a ouviram também.


A Lista
Faça uma lista de grandes amigos,

quem você mais via há dez anos atrás...

Quantos você ainda vê todo dia ?

Quantos você já não encontra mais?

Faça uma lista dos sonhos que tinha...

Quantos você desistiu de sonhar?

Quantos amores jurados pra sempre...

Quantos você conseguiu preservar?

Onde você ainda se reconhece,

na foto passada ou no espelho de agora?

Hoje é do jeito que achou que seria?

Quantos amigos você jogou fora...

Quantos mistérios que você sondava,

quantos você conseguiu entender?

Quantos defeitos sanados com o tempo,

era o melhor que havia em você?

Quantas mentiras você condenava,

quantas você teve que cometer?

Quantas canções que você não cantava,

hoje assobia pra sobreviver ...

Quantos segredos que você guardava,

hoje são bobos ninguém quer saber ...

Quantas pessoas que você amava,

hoje acredita que amam você?

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá



Conheci esse livro em 2000, quando uma colega de faculdade usou-o em sua monografia. Tendo lido poucas obras de Jorge Amado não me interessei pela leitura de pronto. Mas quê! Apenas comecei a lê-lo e não pude parar antes de chegar à última página! Mais do que o amor impossível entre um gato e uma andorinha, 'O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá' trata acima de tudo sobre diferenças, sobre 'pré-conceitos'... Além de uma leitura leve, fácil, prazerosa, esse livro é um desconhecido da maioria dos professores e alunos, mas uma excelente maneira de apresentar aos educandos o prazer de ler apenas por ler, e depois refletir... Sim, pois apesar de ser classificado como literatura infanto juvenil, Jorge Amado mexe com os brios das pessoas de todas as idades...


"O mundo só vai prestar

Para nele se viver

No dia em que a gente vir

Um gato maltês casar

Com uma alegre andorinha

Saindo os dois a voar

O noivo e sua noivinha

Dom Gato e dona Andorinha". (Jorge Amado)

Oficina 4 - TP2




Na SMEC, dia 14 de dezembro, ocorreu a Oficina 4 do Gestar Língua Portuguesa.

Como a arte é cultural, foi um início de oficina muito divertido, pois todos temos opiniões diferentes do que é belo ou do que é arte, assim como suas diversas formas. Debatemos sobre histórias em quadrinhos, músicas, quadros, esculturas e filmes. Como sugestão de filme a ser trabalhado e considerado pelas cursistas belo, foi citado "Escritores da Liberdade". Diversas músicas, fotografias e danças foram pensados para serem levados à sala de aula para apurar o sentido de arte dos alunos.

Ao conversarmos sobre as figuras de linguagem, após o estudo dos TPS, ficou claro que um dos erros cometidos ao ensinarmos esse conteúdo é a preocupação excessiva com a nomenclatura e com a quantidade de figuras a serem trabalhadas, já que a gramática geralmente serve de apoio às pesquisas dos professores ao preparar suas aulas, e lá há dezenas de figuras de linguagem. Ao permitir que o aluno entenda o processo utilizado por determinado autor para se expressar e saiba reconhecê-lo e produzi-lo, não é necessária a rigidez em quantificar ou nomear todas as figuras de linguagem, e isso serviu para modificar o pensamento de como trabalhar não só esse, mas vários outros conteúdos. Impossível dissociá-los de textos diversificados, músicas... Mais uma vez o papel do texto é indiscutível como começo para quaisquer atividades, sejam elas de leitura, escrita ou gramática.

A cursista Luana realizou a atividade da página 95. Aproveitando uma atividade anterior do Gestar, ela e os alunos continuaram lendo 'Harry Potter - A Pedra Filosofal'. Como o ano letivo está terminando e a leitura do livro não poderá ser concluída, os alunos pediram que fosse levado o filme de mesmo nome, pois a turma toda mostrou curiosidade de terminar a leitura do livro.

Na proposta da oficina (interpretação da charge de Quino) as cursistas tiveram facilidade em responder aos questionamentos depois de um breve comentário de Marx que fiz e de suas obras mais relevantes. Transcrevo o bilhete que o empregado envia ao patrão, escrito pelas cursistas:

"Caro Sr. Astor

Com certeza, lendo e praticando Marx, teremos melhor relacionamento.

Grato, Bóris".

Nossa última oficina chegou ao fim, mas no próximo encontro as cursistas farão um relato do Gestar e do aproveitamento do curso.

Mensagem da Oficina 3

Victor Hugo

Desejo primeiro que você ame,

E que amando, também seja amado.

E que se não for, seja breve em esquecer.

E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim,

Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,

Que mesmo maus e inconseqüentes,

Sejam corajosos e fiéis,

E que pelo menos num deles

Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.

Nem muitos, nem poucos,

Mas na medida exata para que, algumas vezes,

Você se interpele a respeito

De suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,

Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,

Mas não insubstituível.

E que nos maus momentos,

Quando não restar mais nada,

Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,

Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,

Mas com os que erram muito e irremediavelmente,

E que fazendo bom uso dessa tolerância,

Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,

Não amadureça depressa demais,

E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer

E que sendo velho, não se dedique ao desespero.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e

É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,

Não o ano todo, mas apenas um dia.

Mas que nesse dia descubra

Que o riso diário é bom,

O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra,

Com o máximo de urgência,

Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,

Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,

Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro

Erguer triunfante o seu canto matinal

Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,

Por mais minúscula que seja,

E acompanhe o seu crescimento,

Para que você saiba de quantas

Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,

Porque é preciso ser prático.

E que pelo menos uma vez por ano

Coloque um pouco dele

Na sua frente e diga `Isso é meu`,

Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,

Por ele e por você,

Mas que se morrer, você possa chorar

Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,

Tenha uma boa mulher,

E que sendo mulher,

Tenha um bom homem

E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,

E quando estiverem exaustos e sorridentes,

Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,

Não tenho mais nada a te desejar.

Trivium...

Nas universidades medievais, o estudante começavam seus estudos, obrigatoriamente, pelo Trivium - o ensino das três primeiras artes liberais, a Gramática, a Dialética e a Retórica. Se a Gramática era o estudo dos mecanismos da língua, a Dialética - que, à época, era sinônimo de Lógica - era, por sua vez, o estudo dos mecanismos do pensamento, da análise e da mensagem; a Retórica, que completava esse primeiro ciclo de estudos, era a arte de usar a linguagem para persuadir e instruir. Somente depois de dominadas essas três artes liberais é que o aluno estava apto a estudar o Quadrivium, que abrangia o ensino da Aritmética, da Música, da Geometria e da Astronomia - todas elas artes liberais relacionadas com números e medidas. Concluído o Quadrivium, e apenas depois disso, os alunos tornavam-se aptos ao estudo da Filosofia e da Teologia.

Desenvolvido entre os séculos XII e XIII, o que hoje é conhecida como educação clássica parece ser uma forma lógica e natural de ensino que se perdeu ao longo das mudanças todas da História. Primeiro, aprendia-se a lidar com o pensamento, sua organização em busca da verdade, bem como com sua manifestação através da linguagem, tanto em seus mecanismos internos quanto em seu uso prático na sustentação de um debate. A linguagem é, afinal, o conhecimento básico que se necessita para adentrar em qualquer outra área do conhecimento, mesmo no mundo dos números e medidas que, à época, unia áreas que hoje são quase opostas, como matemática e música. E os medievais acreditavam que apenas dominando a lógica lingüística e a lógica matemática é que podia o pupilo arvorar-se a metidar sobre a sabedoria do mundo e as razões do além-mundo.

É tolice acreditar que a História sempre evolui, que o homem caminha inexoravelmente para o bem e a verdade. A evolução das sociedades mostra, claramente, ser feita de avanços e revezes, e que a impressão de progresso muitas vezes é mais relacionada aos avanços tecnológicos que às conquistas do saber e do sentir. Olhando a educação do Trivium e do Quadrivium, há que se meditar se a Idade Moderna não nos fez abandonar o que era mais coerente e produtivo em termos de educação.

Não se discute aqui um retorno aos métodos pedagógicos de então - há todo um conhecimento construído pelos educadores do século passado que não pode ser desprezado, ao qual os mestres medievais não tiveram acesso. Mas é inegável que, nas escolas de hoje, os alunos são expostos a um sem-número de conhecimentos desde muito cedo - há creches oferecendo aulas de língua estrangeira e escolas de Ensino Fundamental trabalhando Sociologia com as crianças - sem que, para tal, eles tenham qualquer preparação. O problema torna-se ainda mais claro em um país como o Brasil, onde o analfabetismo funcional em grande escala é mascarado pelos números governamentais que apontam a diminuição do analfabetismo baseada apenas no número de crianças matriculadas. Não é mais um mito escolar, e sim um fato: há muitos alunos que concluem o Ensino Médio sem saber usar a língua materna a seu favor, sem saber argumentar ou sustentar uma discussão ou mesmo ler um texto escrito e discernir sobre seu conteúdo. Soubessem o Trivium bem sabido, não seria distinta a realidade das escolas brasileiras?

A reflexão ganha ainda maior força quando se pensa no Ensino Superior. No Brasil, o vestibular tornou-se uma indústria e o diploma universitário apenas um passaporte necessário para a vida profissional - se o aluno ganhará algum conhecimento de fato após os anos de estudo na universidade, isso é outra história... Se pensarmos que os universitários chegam aos seus cursos sem saber se comunicar em todas as instâncias, que esperar do produto final? Formam-se matemáticos que não aprenderam a se expressar bem na língua materna, músicos que não dominam o mundo dos números, abre-se as portas para adolescentes nas faculdades de Filosofia que sequer ouviram falar de Lógica ou de Retórica. Mesmo os alunos de Letras não são testados, antes da matrícula, quanto à sua capacidade de uso da linguagem. Um dia eles aprendem passou a ser o lema - ou a última esperança - das universidades brasileiras.
Os que pensam ser tolice imaginar tal retorno à graduação de conhecimentos proposta pelos medievais, que tente debater um assunto qualquer com os jovens de hoje em dia. O que é argumento sobre suas idéias, aos ouvidos deles, torna-se ataque pessoal; silogismos e non sequitur são, para eles, imperceptíveis e, não raro, é difícil até mesmo tentar construir uma seqüência lógica de raciocínio a partir de seus discursos. A língua serve-lhes apenas para expressar os pensamentos mais corriqueiros, o que faz qualquer um pensar sobre o escoadouro por onde estará escapando todo aquele conhecimento que a escola lança nesses alunos, em enxurradas.
Não será um delírio muito grande imaginar que a fonte de alguns problemas contemporâneos possa também residir nessas escolhas equivocadas de séculos de educação que levaram à configuração atual das escolas e seus currículos. A violência não é sempre o recurso dos que não conseguem se defender com as palavras, ou dos que não têm a razão ao seu lado? O sentimento de superioridade não é uma compensação de quem sente não ter algo e supervaloriza o pouco que tem como arma de dominação ou de ataque? Falta-lhes o Trivium, um saber que a todos iguala e defende das tiranias, uma ferramenta de democracia bem mais próxima da verdade que cem matrículas no sistema de ensino ou mil programas assistencialistas de qualquer governo.
(Robertson Frizero Barros)

Oficina 3 - TP2


Dia 10 de dezembro, na SMEC, realizamos a Oficina 3. Nossa, quanta conversa! Também pudera: discutir sobre o que é considerado xodó de uns, terror para outros... a tão falada gramática!!!

Conversamos muito sobre a importância da gramática para o ensino da língua em sala de aula, pois ela é uma aliada na hora de ampliar os conhecimentos e aperfeiçoar a gramática que o aluno domina. Mas a pergunta que debatemos mais a fundo foi: como ensinar a gramática sem sermos "gramatiqueiras"? Bom, foram muitos os questionamentos, pois a norma culta está associada à gramática. Nossos estudos com os TPS e a experiência que adquiramos nos levam a acreditar que o trabalho com a gramática deve estar sempre interligado com o texto. Nosso aluno não saberá aplicar o que ensinarmos no sistema de frases soltas, folhas e folhas de exercícios e macetes se não compreender e não puder identificar e exercitar a gramática na escrita e na oralidade. Além disso, a diversidade dos textos e a produção de diferentes textos ampliará a gramática do aluno.

Nosso debate se estendeu também sobre as frases escritas e orais, período e oração; sobre as atividades que podemos utilizar (sejam elas de ampliação ou junção de períodos).

Infelizmente, devido à correria de final de trimestre, as cursistas não trouxeram as atividades do Avançando na prática.

Na sugestão de atividade da oficina, na produção de texto, sugerem ao aluno que escolha quatro bons sentimentos. Após, fazer um acróstico com cada uma das palavras escolhidas.

Apesar de não ter os relatos das cursistas nos trabalhados dos alunos, esse foi um encontro produtivo e muito interessante.

Oficina 2 - TP1












No dia 12 de novembro, na SMEC, realiazamos a Oficina 2 do Gestar.

Discutimos sobre texto verbal e não-verbal, sobre a intencionalidade do autor e sobre as interações que fazemos ao entrarmos em contatos com textos orais, escritos e não-verbais. Também discutimos sobre a importância do texto servir de base para todas as atividades, sejam elas de leitura, escrita ou produção; dos conhecimentos dos alunos e de seus objetivos quando leem determinada obra ou de por que não aceitam livro 'x', do nosso papel em ampliar o contato com a leitura ao oferecer diferentes tipos de textos aos nossos alunos. Conversamos sobre os processos intertextuais envolvidos no texto, e no conceito de intertextualidade.

A cursista Juliana escolheu a atividade proposta na págna 102, os alunos deveriam transformar um texto oral em outro, escrito. Foram escritas cartas e avisos de notícias de jornais. Segunda a cursista alguns grupos tiveram dificuldade na parte escrita, tendo em vista que tiveram facilidade para formular oralmente o trabalho mas não planejando como deveria ser escrito. A cursista Luana escolheu a proposta das páginas 150/151, o texto escolhido para debate foi 'O nome feio', de Carlos Moraes. Segundo ela, os alunos sentiram dificuldade em responder as perguntas feitas para se preparem para o debate, e criticaram muito o uso do palavrão 'fiadasputa', empregado no texto pelo autor.

Na oficina, propuseram que o professor deva fazer a leitura do texto (A língua) para a turma e após a turma realiza a leitura coletiva. Questionar os alunos sobre o que é fábula, qual a fábula desse texto e que outras fábulas conhecem. Como sugestão de produção de texto, devem fazer uma paródia de 'Chapeuzinho Vermelho'.





Oficina 1 - TP1




No dia 05 de novembro ocorreu mais um encontro do Gestar - Língua Portuguesa.


Nesse encontro, discutimos bastante o conceito de dialetos e registros, sobre o "certo" e "errado" na fala e escrita de nossos alunos e de como isso se transforma em muitas indagações na hora das correções de produção de texto, avaliações e leitura. Situações geradas, como: "Ué, não vais corrigir o aluno fulano de tal? Ele fala e escreve tudo errado!", "Nossa, porfessor de português agora não ensina mais os alunos a falar e escrever corretamente?" foram vivenciadas pelas cursistas. A cursista Luana comentou que na escola em que trabalha essa dificuldade é ainda maior, pois a escola se situa em um assentamento, sendo assim existem lá alunos de várias cidades do RS.


Após conversarmos exaustivamente sobre o assunto (e teríamos discutido muito mais, se houvesse tempo...), vimos a importância de diversificar os tipos de texto e literaturas que levamos aos nossos alunos. Devemos apresentar e trabalhar com eles textos diversificados, com diferentes dialetos e registros, pois só assim conseguiremos que produzam textos diversos. Ainda sobre atividades a serem desenvolvidas, discutimos a importância de se valorizar a atividade oral, pois não raro acabamos dando mais importância à expressão escrita dos alunos e descuidando da expressão oral, que nos revela muitas dificuldades e também progressos dos alunos.


A cursista Luana comentou que a atividade escolhida por ela para ser trabalhada com seus alunos, a auto-avaliação (página 86) foi aceita por toda a turma e que foi uma atividade da qual gostaram de participar, as respostas foram sinceras, pois avaliaram a si mesmos e também aos colegas.


Já a cursista Juliana escolheu a atividade da página 23,o "dicionário dos jovens". Relatou que os alunos estavam motivados a realizar a porposta e que gostaram bastante, vendo valorizado seu modo de falar, "se sentiram importantes", como a cursista descreveu o comentário de um aluno sobre a atividade proposta.


O crescimento dos alunos, a troca de experiências e nosso próprio crescimento são fatores importantes para darmos o nosso melhor e modificarmos nossas aulas. Todos saem ganhando!!!


Oficina 12 - TP6











No dia 28 de outubro nos reunimos na SMEC para discutirmos o TP6, na nossa 12ª oficina.
Começamos falando sobre a produção de texto e as formas como orientamos os alunos desde o momento da criação do texto até a revisão. Foi muito bom ver que aprendemos e nos aprimoramos a cada encontro, as cursistas apontaram o que consideram ineficaz e o que realmente apresenta resultado na elaboração de um texto com seus alunos. Rimos muito ao relatar que a realidade dos alunos, independente da escola, é muito parecida: ao apresentarmos uma proposta de produção aos alunos, esses não têm o hábito de planejar, de pensar sobre o que vão escrever. Geralmente eles escrevem, escrevem, escrevem e nem sequer revisam, pois a maioria deles não teve orientação desde as séries iniciais para fazer diferente; têm uma pressa de entregar e se preocupam apenas em preencher o "número de linhas mínimo". Ao fazerem isso, dão o seu texto por pronto.
Quanto aos comentários que fazem ao final das correções dos textos, vimos o quanto é importante um comentário não tão geral. Ao nosso aluno, ele não fará sentido e não conseguiremos orientá-lo ao seu crescimento no processo de escrita. A ajuda dos colegas com comentários na revisão dos textos é muito válida, os alunos gostam muito de trocar ideias com seus colegas. Também discutimos sobre a importância de ler para os nossos alunos e estimular com que leiam, em cada aula de língua portuguesa, pelo menos um pouco; levar livros que despertem o interesse deles e planejar essas leituras será benéfico para todos os alunos.




Na oficina, os livros que foram considerados mais adequados para as séries de 6º a 9º anos variaram: como a maioria deles gosta de novidades (principalmente se a televisão e o cinema fizeram um apelo), as obras de Harry Potter são bem aceitas. Livros como os da coleção Vaga-Lume (Um cadáver ouve rádio, Quem manda já morreu, O escaravelho do diabo, O caso da borboleta Atíria, entre outros) também foram citados, em geral tem boa aceitação pelos alunos. Recordamos os livros que fizeram parte de nossa infância e adolescência, queremos conquistar nossos alunos e deixá-los se encantarem pela magia dos livros assim como nos encantamos.




Foi uma oficina saudosista, pois a todo momentos lembramos de nossos livros preferidos e firmamos o compromisso de mostrar, partilhar e ensinar nossos alunos a serem conquistados pela literatura.




Oficina 11

No dia 21 de outubro nos reunimos na SMEC, às 17h 30, para mais um encontro do Gestar.
Nele as cursistas comentaram o progresso dos seus alunos, notaram os alunos mais motividados, e quando as questionei sobre o interesse dos alunos na leitura, concluíram que a maioria deles lê quando precisa saber alguma informação, pois acham novela e rádio mais atraentes. Comentamos o fato dos alunos sentiram certa dificuldade em ler apenas por fruição, sem obrigatoriedade. A concorrência com a internet, o rádio, a televisão e o cinema faz com que prefiram formas de counicação mais rápidas, pois a leitura leva tempo e despende esforço. Nosso objetivo é reverter esse quadro, conseguindo com que nossos alunos leiam não só porque precisam, mas também como forma de prazer e cultura.
Os textos argumentativos trabalhados pelas cursistas no "Avançando" foram muito bons, pois relataram que os alunos foram capazes de produzir bons argumentos.
Já na oficina a proposta foi tratada de forma leve e divertida, já que as cursistas deram um final semelhante ao criado por Moacyr Scliar na crônica "Espírito Carnavalesco". Já como proposta de plano de aula, trabalhariam o texto apresentando apenas o início e o meio da crônica, deixando os alunos criarem o meio, enfatizando o uso do diálogo.
Nossos encontros têm sido divertidos e a troca de experiências e o relato das cursistas enriquecem esses momentos.