23 dezembro 2009
Mensagem da Oficina 4
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Conheci esse livro em 2000, quando uma colega de faculdade usou-o em sua monografia. Tendo lido poucas obras de Jorge Amado não me interessei pela leitura de pronto. Mas quê! Apenas comecei a lê-lo e não pude parar antes de chegar à última página! Mais do que o amor impossível entre um gato e uma andorinha, 'O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá' trata acima de tudo sobre diferenças, sobre 'pré-conceitos'... Além de uma leitura leve, fácil, prazerosa, esse livro é um desconhecido da maioria dos professores e alunos, mas uma excelente maneira de apresentar aos educandos o prazer de ler apenas por ler, e depois refletir... Sim, pois apesar de ser classificado como literatura infanto juvenil, Jorge Amado mexe com os brios das pessoas de todas as idades...
Oficina 4 - TP2
Mensagem da Oficina 3
Desejo primeiro que você ame,
Trivium...
Desenvolvido entre os séculos XII e XIII, o que hoje é conhecida como educação clássica parece ser uma forma lógica e natural de ensino que se perdeu ao longo das mudanças todas da História. Primeiro, aprendia-se a lidar com o pensamento, sua organização em busca da verdade, bem como com sua manifestação através da linguagem, tanto em seus mecanismos internos quanto em seu uso prático na sustentação de um debate. A linguagem é, afinal, o conhecimento básico que se necessita para adentrar em qualquer outra área do conhecimento, mesmo no mundo dos números e medidas que, à época, unia áreas que hoje são quase opostas, como matemática e música. E os medievais acreditavam que apenas dominando a lógica lingüística e a lógica matemática é que podia o pupilo arvorar-se a metidar sobre a sabedoria do mundo e as razões do além-mundo.
É tolice acreditar que a História sempre evolui, que o homem caminha inexoravelmente para o bem e a verdade. A evolução das sociedades mostra, claramente, ser feita de avanços e revezes, e que a impressão de progresso muitas vezes é mais relacionada aos avanços tecnológicos que às conquistas do saber e do sentir. Olhando a educação do Trivium e do Quadrivium, há que se meditar se a Idade Moderna não nos fez abandonar o que era mais coerente e produtivo em termos de educação.
Oficina 3 - TP2
Oficina 2 - TP1
Oficina 1 - TP1
Oficina 12 - TP6
Oficina 11
Nele as cursistas comentaram o progresso dos seus alunos, notaram os alunos mais motividados, e quando as questionei sobre o interesse dos alunos na leitura, concluíram que a maioria deles lê quando precisa saber alguma informação, pois acham novela e rádio mais atraentes. Comentamos o fato dos alunos sentiram certa dificuldade em ler apenas por fruição, sem obrigatoriedade. A concorrência com a internet, o rádio, a televisão e o cinema faz com que prefiram formas de counicação mais rápidas, pois a leitura leva tempo e despende esforço. Nosso objetivo é reverter esse quadro, conseguindo com que nossos alunos leiam não só porque precisam, mas também como forma de prazer e cultura.
Os textos argumentativos trabalhados pelas cursistas no "Avançando" foram muito bons, pois relataram que os alunos foram capazes de produzir bons argumentos.
Já na oficina a proposta foi tratada de forma leve e divertida, já que as cursistas deram um final semelhante ao criado por Moacyr Scliar na crônica "Espírito Carnavalesco". Já como proposta de plano de aula, trabalhariam o texto apresentando apenas o início e o meio da crônica, deixando os alunos criarem o meio, enfatizando o uso do diálogo.
Nossos encontros têm sido divertidos e a troca de experiências e o relato das cursistas enriquecem esses momentos.
17 outubro 2009
O professor sempre está errado!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta às aulas, é um "Caxias".
Precisa faltar, é "turista".
Conversa com outros professores, está "malhando" os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances dos alunos.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole".
É, o professor está sempre errado mas,se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!
Fonte: Revista do professor de Matemática 36, 1988
15 de Outubro, Dia do Professor!
"Tudo começou com um decreto imperial, de 15 de outubro de 1827, que trata da primeira Lei Geral relativa ao Ensino Elementar. Este decreto, outorgado por Dom Pedro I, veio a se tornar um marco na educação imperial, de tal modo que passou a ser a principal referência para os docentes do primário e ginásio nas províncias. A Lei tratou dos mais diversos assuntos como descentralização do ensino, remuneração dos professores e mestras, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão de professores e escolas das meninas.
A primeira contribuição da Lei de 15 de outubro de 1827 foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar, para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Às meninas, sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas as noções de geometria. Aprenderiam, sim, as prendas (costurar, bordar, cozinhar etc) para a economia doméstica.
Se compararmos a lei geral do período imperial com a nossa atual lei geral da educação republicana, a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), persegue ainda ideais imperiais, ao estabelecer, entre os fins do ensino fundamental, a tarefa de desenvolver a “capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo”. Portanto, mais de um sesquicentenário da lei, perseguimos os meus objetivos da educação imperial.
A Lei de 15 de novembro também inovou no processo de descentralização do ensino ao mandar criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império. Hoje, além da descentralização do ensino, para maior cobertura de matrícula do ensino fundamental, obrigatório e gratuito, o poder público assegura, por imperativo constitucional, sua oferta gratuita, inclusive, para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (Inciso I, artigo 208, Constituição Federal).
A remuneração dos professores é, historicamente, o grande gargalo da política educacional, do Império à Nova República, de Dom Pedro I a Fernando Henrique Cardoso I e II. O grande mérito do Imperador, ao outorgar a Lei de 15 de outubro de 1827, foi o de não se descuidar, pelo menos, formalmente, dos salários dos professores. No artigo 3º da lei imperial, determinou Dom Pedro que os presidentes, em Conselho, taxariam interinamente os ordenados dos Professores, regulando-os de 200$000 a 500$000 anuais, com atenção às circunstâncias da população e carestia dos lugares.
O economista Antônio Luiz Monteiro Coelho da Costa, especialista em cotação de moedas, atendendo minha solicitação, por e-mail, fez a conversão dos réis, de 1827, em reais de 2001 (discutíveis): estima Luiz Monteiro que 200$000 eqüivalem a aproximadamente R$ 8.800,00 (isto é, a um salário mensal de R$ 680, considerando o 13º) e 500$000 a aproximadamente R$ 22.000(R$ 1.700, por mês).
Os dados mostram como os professores, no século XXI, em se tratando de remuneração, recebem bem aquém dos parâmetros estabelecidos pela lei imperial, no longínquo século XIX. De acordo com dados recentes do Ministério de Educação, do total de professores, 65% ganham menos que R$650, 15% ganham entre R$650 e R$900 e 16% ganham mais de R$900. O salário médio mensal, de acordo com o senso do Ministério de Educação, é de R$1.474 nas escolas federais, R$656 nas particulares, R$584 nas estaduais e R$372 na municipais. Nos municípios cearenses, ainda encontramos milhares de professores recebendo (e com atraso) menos do que um salário mínimo vigente.
Atualmente, a Constituição Federal de 1988, no seu inciso V, artigo 206, garante, como princípio de ensino, aos profissionais de ensino, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional, mas até agora, não há vontade política para se determinar o valor do piso salarial profissional condigno para os professores.
A Lei de 15 de outubro de 1827 trouxe, por fim, para época, inovações de cunho liberal como a co-educação, revelada através da inclusão das meninos no sistema escolar e que as mestras, pelo artigo 13, não poderiam perceber menos do que os mestres.
A formação dos professores foi lembrada pela lei imperial. No seu artigo 5º, os professores que não tinham a necessária instrução do ensino elementar iriam instruir-se em curto prazo e à custa dos seus ordenados nas escolas das capitais.
Preocupados, hoje, com os 210 mil professores leigos, sem formação sequer do pedagógico ofertado no ensino médio, o Brasil contemporâneo, através da Emenda Constitucional n.º 14, de 12 de setembro de 1996 , a LDB, o Fundef, todos promulgados em 1996, orientam os governantes e as universidades para as licenciaturas breves, na luta contra esse déficit de professores habilitados para o magistério escolar, mas com o apoio financeiro do poder público em favor dos professores de rede pública de ensino (Magister, no Ceará, é um bom exemplo).
A expectativa da sociedade, política e civil, é a de habilitar, em nível superior, até o ano de 2007, o grande contigente de professores leigos da educação básica. Será que, ao comemorarmos o Dia do Professor em 2007, 180 anos depois da primeira geral da educação imperial, teremos atingido esse desiderato republicano? "
Encontro sobre reescritura textual
Iniciamos com o texto de Thiago de Mello (Os Estatutos do Homem), além do texto impresso levei o áudio do texto.
Começamos assistindo ao filme "Línguas - Vidas em Português". Assim como no encontro do Gestar em Porto Alegre, as cursistas fizeram observações pertinentes sobre uma mesma língua falada em diversos países de formas tão diferentes.
Passamos a falar da dificuldade de corrigir as produções de texto, do pouco de tempo disponível que temos para essa tarefa e de como é importante apontar o erro ao aluno mas não corrigir por ele.
Elaboramos juntas uma tabela de correção, e é bem provável que a modifiquemos ao utilizarmos com o 6º e 7º anos na parte dos sinais de pontuação, pois os alunos destas séries geralmente possuem mais dificuldade em empregar corretamente estes sinais.
Foi um encontro muito gostoso, foi muito bom ver as cursistas empolgadas em realizar atividades de produção de texto coletivas, em duplas e grupos, além das produções de texto individuais.
13 outubro 2009
12 outubro 2009
Os Estatutos do Homem, Thiago de Mello
Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida e, de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único: O homem, confiará no homem, como um menino confia em outro menino.
Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor, mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.
Se criasa e se feliz...
2ª Etapa do Gestar
Oficina 10
A mensagem "O que é virtual?" foi escolhida para chocar e fazer refletir, pois esse estranhamento e desconforto causado pela mensagem foi aproveitado para discutirmos nossa prática pedagógica, trabalhando as Unidades 19 (Coesão Textual) e 20 (Relações lógicas no texto).
As cursistas fizeram o relato dos Avançando que aplicaram em sala de aula e comentaram sobre as atividades desenvolvidas.
É muito bom, como Formadora, ver os resultados aparecendo! As cursistas relatam o progresso de suas turmas, é compensador ver que novas ideias e práticas começam a dar frutos, que pensamentos antigos vão sendo deixados para trás e que a cobrança dos conteúdos gramaticais a serem desenvolvidos durante o ano não está mais sendo o bicho-papão, pois as cursistas se sentem mais seguras e amparadas a trabalhar com o aluno de forma mais globalizada, partindo das interpretações de texto e das produções.
Discutimos bastante as Unidades do TP5, principalmente sobre os elos coesivos, já que a maioria dos alunos que não possuem o hábito de leitura sofrem bastante dificuldade em encadear o texto que produzem, mesmo que sejam textos orais, não só os escritos.
Dentro da coerência textual, discutimos sobre a relação de temporalidade, a relação de identidade (onde ficou constatado que palavras sinônimas dependem do contexto para serem empregadas) e sobre o recurso da negação.
As oficinas vão se tornando mais dinâmicas, com mais trocas de experiências, e no geral têm sido produtivas e muito divertidas!!!
Oficina 10 - Mensagem
Oficina 9 - Mensagem
Ele perguntou:
- Quem de vocês quer esta nota de R$100,oo?
Todos ergueram a mão...
Então ele disse:
- Darei esta nota a um de vocês esta noite, mas primeiro, deixem-me fazer isto...
Então ele amassou totalmente a nota, e perguntou outra vez:
- Quem ainda quer esta nota?
As mãos continuavam erguidas...
E continuou:
- E se eu fizer isso?
Deixou a nota cair ao chão, começou a pisá-la e esfregá-la.
Depois, pegou a nota, agora já imunda e amassada, e perguntou:
- E agora? Quem ainda vai querer esta nota de R$100,00?
Todas as mãos voltaram a se erguer.
O palestrante voltou-se para a platéia e disse que lhes explicaria o seguinte:
- Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuaram a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece conosco... Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa !... Nada disso altera a importância que temos!... O preço de nossas vidas não é pelo que aparentamos ser, mas pelo que fizemos e sabemos. Agora, reflita bem e procure em sua memória:
1 - Nomeie as 5 pessoas mais ricas do mundo.
2 - Nomeie as 5 últimas vencedoras do concurso Miss Universo.
3 - Nomeie 10 vencedores do prêmio Nobel.
4 - Nomeie os 5 últimos vencedores do prêmio Oscar, como melhores atores ou atrizes.
Como Vai? Mal né?... Difícil de lembrar???... Não se preocupe. Ninguém de nós se lembra dos melhores de ontem.
Os aplausos vão-se embora!
Os troféus ficam cheios de pó!
Os vencedores são esquecidos!
Agora, faça o seguinte :
1 - Nomeie 3 professores que te ajudaram na tua verdadeira formação.
2 - Nomeie 3 amigos que já te ajudaram nos momentos difíceis.
3 - Pense em algumas pessoas que te fizeram sentir alguém especial.
4 - Nomeie 5 pessoas com quem transcorres o teu tempo.
Como vai? Melhor, não é verdade?
As pessoas que marcam a nossa vida não são as que têm as melhores credenciais, com mais dinheiro, ou os melhores prêmios...
São aquelas que se preocupam conosco, que cuidam de nós, aquelas que, de algum modo, estão ao nosso lado.
Reflita um momento...
A vida é muito curta!...
E você, em que lista está?...