17 outubro 2009

O professor sempre está errado!

O professor sempre está errado...
...quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta às aulas, é um "Caxias".
Precisa faltar, é "turista".
Conversa com outros professores, está "malhando" os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances dos alunos.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole".
É, o professor está sempre errado mas,se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

Fonte: Revista do professor de Matemática 36, 1988

15 de Outubro, Dia do Professor!



"Tudo começou com um decreto imperial, de 15 de outubro de 1827, que trata da primeira Lei Geral relativa ao Ensino Elementar. Este decreto, outorgado por Dom Pedro I, veio a se tornar um marco na educação imperial, de tal modo que passou a ser a principal referência para os docentes do primário e ginásio nas províncias. A Lei tratou dos mais diversos assuntos como descentralização do ensino, remuneração dos professores e mestras, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão de professores e escolas das meninas.

A primeira contribuição da Lei de 15 de outubro de 1827 foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar, para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Às meninas, sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas as noções de geometria. Aprenderiam, sim, as prendas (costurar, bordar, cozinhar etc) para a economia doméstica.

Se compararmos a lei geral do período imperial com a nossa atual lei geral da educação republicana, a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), persegue ainda ideais imperiais, ao estabelecer, entre os fins do ensino fundamental, a tarefa de desenvolver a “capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo”. Portanto, mais de um sesquicentenário da lei, perseguimos os meus objetivos da educação imperial.

A Lei de 15 de novembro também inovou no processo de descentralização do ensino ao mandar criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império. Hoje, além da descentralização do ensino, para maior cobertura de matrícula do ensino fundamental, obrigatório e gratuito, o poder público assegura, por imperativo constitucional, sua oferta gratuita, inclusive, para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (Inciso I, artigo 208, Constituição Federal).

A remuneração dos professores é, historicamente, o grande gargalo da política educacional, do Império à Nova República, de Dom Pedro I a Fernando Henrique Cardoso I e II. O grande mérito do Imperador, ao outorgar a Lei de 15 de outubro de 1827, foi o de não se descuidar, pelo menos, formalmente, dos salários dos professores. No artigo 3º da lei imperial, determinou Dom Pedro que os presidentes, em Conselho, taxariam interinamente os ordenados dos Professores, regulando-os de 200$000 a 500$000 anuais, com atenção às circunstâncias da população e carestia dos lugares.

O economista Antônio Luiz Monteiro Coelho da Costa, especialista em cotação de moedas, atendendo minha solicitação, por e-mail, fez a conversão dos réis, de 1827, em reais de 2001 (discutíveis): estima Luiz Monteiro que 200$000 eqüivalem a aproximadamente R$ 8.800,00 (isto é, a um salário mensal de R$ 680, considerando o 13º) e 500$000 a aproximadamente R$ 22.000(R$ 1.700, por mês).

Os dados mostram como os professores, no século XXI, em se tratando de remuneração, recebem bem aquém dos parâmetros estabelecidos pela lei imperial, no longínquo século XIX. De acordo com dados recentes do Ministério de Educação, do total de professores, 65% ganham menos que R$650, 15% ganham entre R$650 e R$900 e 16% ganham mais de R$900. O salário médio mensal, de acordo com o senso do Ministério de Educação, é de R$1.474 nas escolas federais, R$656 nas particulares, R$584 nas estaduais e R$372 na municipais. Nos municípios cearenses, ainda encontramos milhares de professores recebendo (e com atraso) menos do que um salário mínimo vigente.

Atualmente, a Constituição Federal de 1988, no seu inciso V, artigo 206, garante, como princípio de ensino, aos profissionais de ensino, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional, mas até agora, não há vontade política para se determinar o valor do piso salarial profissional condigno para os professores.

A Lei de 15 de outubro de 1827 trouxe, por fim, para época, inovações de cunho liberal como a co-educação, revelada através da inclusão das meninos no sistema escolar e que as mestras, pelo artigo 13, não poderiam perceber menos do que os mestres.

A formação dos professores foi lembrada pela lei imperial. No seu artigo 5º, os professores que não tinham a necessária instrução do ensino elementar iriam instruir-se em curto prazo e à custa dos seus ordenados nas escolas das capitais.

Preocupados, hoje, com os 210 mil professores leigos, sem formação sequer do pedagógico ofertado no ensino médio, o Brasil contemporâneo, através da Emenda Constitucional n.º 14, de 12 de setembro de 1996 , a LDB, o Fundef, todos promulgados em 1996, orientam os governantes e as universidades para as licenciaturas breves, na luta contra esse déficit de professores habilitados para o magistério escolar, mas com o apoio financeiro do poder público em favor dos professores de rede pública de ensino (Magister, no Ceará, é um bom exemplo).

A expectativa da sociedade, política e civil, é a de habilitar, em nível superior, até o ano de 2007, o grande contigente de professores leigos da educação básica. Será que, ao comemorarmos o Dia do Professor em 2007, 180 anos depois da primeira geral da educação imperial, teremos atingido esse desiderato republicano? "
Vicente MartinsProfessor Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), de Sobral

Encontro sobre reescritura textual





No dia 08 de outubro, na SMEC, nos reunimos para conversarmos sobre a reescritura textual.
Iniciamos com o texto de Thiago de Mello (Os Estatutos do Homem), além do texto impresso levei o áudio do texto.

Começamos assistindo ao filme "Línguas - Vidas em Português". Assim como no encontro do Gestar em Porto Alegre, as cursistas fizeram observações pertinentes sobre uma mesma língua falada em diversos países de formas tão diferentes.

Passamos a falar da dificuldade de corrigir as produções de texto, do pouco de tempo disponível que temos para essa tarefa e de como é importante apontar o erro ao aluno mas não corrigir por ele.

Elaboramos juntas uma tabela de correção, e é bem provável que a modifiquemos ao utilizarmos com o 6º e 7º anos na parte dos sinais de pontuação, pois os alunos destas séries geralmente possuem mais dificuldade em empregar corretamente estes sinais.

Foi um encontro muito gostoso, foi muito bom ver as cursistas empolgadas em realizar atividades de produção de texto coletivas, em duplas e grupos, além das produções de texto individuais.

13 outubro 2009

Tabela de correção - sinais de pontuação

A tabela de correção será postada em breve.



12 outubro 2009

Atualizado!!!


Os Estatutos do Homem, Thiago de Mello


Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida e, de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.



Artigo III Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.



Artigo IV Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.


Parágrafo único: O homem, confiará no homem, como um menino confia em outro menino.



Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.



Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.



Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.



Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.



Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor, mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.



Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.



Artigo XI Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.



Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.



Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.



Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.



Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.



Para refletir... "O aluno perfeito", de Rubem Alves.


Se criasa e se feliz...



No dia 30 de setembro, na 2ª etapa de formação do Gestar, trabalhamos sobre revisão textual.

A partir das marcas textuais do texto, os grupos tinham de definir: nível de letramento do educando, suas hipóteses sobre o processo de escrita, o conteúdo a ser trabalhado na aula de revisão, estratégias para a revisão textual coletiva e a tabela para correção.

Nosso grupo era formado pela Giele, a Fabiane, a Ivone, a Simone e eu.


Se criasa e se felis e te a vida pela frenti vive as aventura que o mudo tei. Dai cuando agente fica adolecente vem os problema os pai fica pegano no pedajenti ai num pode isso num podi aqilo e briga todu dia o adolecenti ai o joveim si revouta e teim muitos problema tipo asim teim minina qui aruma bariga os cara usa droga briga di cangi fuma bebi u adolecenti teim cupa mais tipo asim os pai pudia te pasciença com nóis.


Orientações:

1) Elaborar o perfil do educando: idade, série ou ano e nível sócio cultural;

2) Estabelecer e justificar o nível de letramento;

3) Identificar as hipóteses sobre leitura e escrita presentes nas marcas textuais;

4) Estabelecer o conteúdo subjacente ao texto;

5) Planejar uma aula de reestruturação coletiva com tabela de correção textual.


Nosso grupo, então, elaborou a seguinte proposta:


1) Idade: entre 13 e 15 anos.

Série: 6ª série.

Nível sócio-cultural: carente, talvez de região periférica.


2) O nível de letramento é muito bom, pois expressa com clareza sua opinião e é coeso. Não há construção do signo, mas sim do significado.


3) Paragrafação, concordância, translineação, ortografia, acentuação, uso dos conectivos.


4) Pontuação - que o aluno dentro de uma ideia coesa saiba usar as pausas curtas e longas, estabelecendo o uso culto da pontuação.


5) Fazer uma cópia do texto numa lâmina e uma no papel pardo. Cada aluno recebe uma cópia xerocada e com as linhas do texto numeradas.

O professor orienta os alunos a realizarem a leitura individual e silenciosa e pede aos alunos que identifiquem os problemas do texto e os corrijam.

O professor questiona os alunos se a leitura do texto foi fácil e pede aos mesmos que digam o que dificultou essa leitura.

O professor lê o texto no ritmo que foi escrito, esperando que os alunos concluam que o problema é a falta de pontuação.

Os alunos são convidados a pontuar o texto, utilizando a tabela. Feito isso, o professor marca na lâmina os sinais de pontuação usados por todos os alunos e marca no papel pardo os casos isolados dos sinais empregados.

É feita a leitura dos dois textos e uma comparação oral estabelecendo qual dos dois textos apresenta o ritmo que permite a melhor compreensão.

A partir do emprego dos sinais de pontuação, o professor questiona os alunos e os convida a conceituarem os pontos utilizados. Após, faz uma retomada oral dos sinais de pontuação que eles conhecem, mas não foram empregados.

O professor divide a turma em trios. Cada trio recebe uma folha A3 com um sinal de pontuação de EVA colado. Os grupos produzem três frases usando o sinal de pontuação solicitado.

Os erros ortográficos dos cartazes servirão de tema para uma próxima aula, voltada especificamente à ortografia.

2ª Etapa do Gestar


Do dia 28 de setembro ao dia 02 de outubro ocorreu a 2ª Etapa do Gestar, em Porto Alegre, na Uni Ritter.

Bom, adeus velhas ideias de dar aulas!!! O encontro foi a sacudidela que estava faltando pra repensar novas práticas, novas maneiras de trabalhar, instigar e avaliar os alunos!!!

Oficina 10

No dia 10 de setembro, na SMEC, ocorreu a Oficina 10.
A mensagem "O que é virtual?" foi escolhida para chocar e fazer refletir, pois esse estranhamento e desconforto causado pela mensagem foi aproveitado para discutirmos nossa prática pedagógica, trabalhando as Unidades 19 (Coesão Textual) e 20 (Relações lógicas no texto).
As cursistas fizeram o relato dos Avançando que aplicaram em sala de aula e comentaram sobre as atividades desenvolvidas.
É muito bom, como Formadora, ver os resultados aparecendo! As cursistas relatam o progresso de suas turmas, é compensador ver que novas ideias e práticas começam a dar frutos, que pensamentos antigos vão sendo deixados para trás e que a cobrança dos conteúdos gramaticais a serem desenvolvidos durante o ano não está mais sendo o bicho-papão, pois as cursistas se sentem mais seguras e amparadas a trabalhar com o aluno de forma mais globalizada, partindo das interpretações de texto e das produções.
Discutimos bastante as Unidades do TP5, principalmente sobre os elos coesivos, já que a maioria dos alunos que não possuem o hábito de leitura sofrem bastante dificuldade em encadear o texto que produzem, mesmo que sejam textos orais, não só os escritos.
Dentro da coerência textual, discutimos sobre a relação de temporalidade, a relação de identidade (onde ficou constatado que palavras sinônimas dependem do contexto para serem empregadas) e sobre o recurso da negação.
As oficinas vão se tornando mais dinâmicas, com mais trocas de experiências, e no geral têm sido produtivas e muito divertidas!!!

Oficina 10 - Mensagem



O que é virtual?


Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias, que há tempos não sei o que são.

Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga, uma salada e um suco de laranja, pois afinal de contas, fome é fome, mas regime é regime, né? Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim.

- Tio, dá um trocado?

- Não tenho, menino.

- Só uma moedinha para comprar um pão.

- Está bem, compro um para você.

Para variar, minha caixa de entrada estava lotada de e-mails. Fico distraído, vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música me leva a Londres e às boas lembranças de tempos idos.

- Tio, pede para colocar margarina e queijo também?

Percebo que o menino tinha ficado ali.

- Ok, mas depois me deixa trabalhar, pois estou muito ocupado, tá?

Chega a minha refeição e junto com ela o meu constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer. Digo que está bem.

- Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição decente para ele.

Então o menino se sentou a minha frente e perguntou:

- Tio, o que estás fazendo?

- Estou lendo uns e-mails.

- O que são e-mails?

- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet.

Sabia que ele não iria entender nada, mas a título de livrar-me dos maiores questionários, disse:

- É como se fosse uma carta, só que via Internet.

- Tio, você tem Internet?

- Tenho sim, é essencial no mundo de hoje.

- O que é Internet, tio?

- É um local no computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas: notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no mundo virtual.

- E o que é virtual, tio?

Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha refeição sem culpas.

- Virtual é um local que imaginamos algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte das coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.

- Legal isto, gostei!

- Mocinho, você entendeu o que é virtual?

- Sim, tio. Eu também vivo neste mundo virtual.
- Você tem computador?
- Não, mas meu mundo também é desse jeito... virtual. Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando de meu irmão pequeno que vive chorando de fome e eu dou água para ele pensar que é sopa. A minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia. Isto não é virtual, tio?

Fechei meu notebook, não antes que as lágrimas caíssem sobre o teclado. Esperei que o menino terminasse de literalmente “devorar” o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na vida, e com um “Brigado tio, você é legal!”.

Ali, naquele momento, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não percebemos!

Oficina 9 - Mensagem

A nota de 100 reais

Um famoso palestrante começou um seminário numa sala com duzentas pessoas, segurando uma nota de R$100,00.
Ele perguntou:
- Quem de vocês quer esta nota de R$100,oo?
Todos ergueram a mão...
Então ele disse:
- Darei esta nota a um de vocês esta noite, mas primeiro, deixem-me fazer isto...
Então ele amassou totalmente a nota, e perguntou outra vez:
- Quem ainda quer esta nota?
As mãos continuavam erguidas...
E continuou:
- E se eu fizer isso?
Deixou a nota cair ao chão, começou a pisá-la e esfregá-la.
Depois, pegou a nota, agora já imunda e amassada, e perguntou:
- E agora? Quem ainda vai querer esta nota de R$100,00?
Todas as mãos voltaram a se erguer.
O palestrante voltou-se para a platéia e disse que lhes explicaria o seguinte:
- Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuaram a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece conosco... Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa !... Nada disso altera a importância que temos!... O preço de nossas vidas não é pelo que aparentamos ser, mas pelo que fizemos e sabemos. Agora, reflita bem e procure em sua memória:
1 - Nomeie as 5 pessoas mais ricas do mundo.
2 - Nomeie as 5 últimas vencedoras do concurso Miss Universo.
3 - Nomeie 10 vencedores do prêmio Nobel.
4 - Nomeie os 5 últimos vencedores do prêmio Oscar, como melhores atores ou atrizes.
Como Vai? Mal né?... Difícil de lembrar???... Não se preocupe. Ninguém de nós se lembra dos melhores de ontem.
Os aplausos vão-se embora!
Os troféus ficam cheios de pó!
Os vencedores são esquecidos!
Agora, faça o seguinte :
1 - Nomeie 3 professores que te ajudaram na tua verdadeira formação.
2 - Nomeie 3 amigos que já te ajudaram nos momentos difíceis.
3 - Pense em algumas pessoas que te fizeram sentir alguém especial.
4 - Nomeie 5 pessoas com quem transcorres o teu tempo.
Como vai? Melhor, não é verdade?

As pessoas que marcam a nossa vida não são as que têm as melhores credenciais, com mais dinheiro, ou os melhores prêmios...
São aquelas que se preocupam conosco, que cuidam de nós, aquelas que, de algum modo, estão ao nosso lado.
Reflita um momento...
A vida é muito curta!...
E você, em que lista está?...

Oficina 8 - Mensagem

















Oficina 9

O encontro ocorreu no dia 21 de julho, na SMEC. A mensagem de abertura foi "A nota de 100 reais", em Power Point.
Conversamos bastante sobre as Unidades 17 ( Estilística) e 18 (Coerência Textual).
O debate sobre o ritmo, a entonação e a acentuação foi bastante proveitoso, até que chegamos num erro comum em relação à redação dos alunos: a repetição. Na prosa é um recurso, mas nas produções textuais é resultado de um vocabulário pobre e por descuido, visto que não mantêm o hábito de revisar os textos.
Conversamos sobre discurso direto e indireto e frases fragmentadas. Aqui, as cursistas notaram que não podem ser consideradas frases fragmentadas as frases dos alunos que não fazem uso dos conectivos, já que a frase fragmentada é um recurso da escrita.
Quando começamos a falar sobre coerência, ficou claro que a coerência vai depender do leitor, do seu conhecimento de mundo e de suas experiências pessoais. Cada leitor terá uma visão diferente sobre determinado texto, pois cada um de nós traz uma bagagem que permite uma interpretação nem sempre igual sobre os textos (sejam eles verbais ou não verbais, escritos ou orais).

Oficina 8

No dia 14 de julho ocorreu a Oficina 8, na Secretaria de Educação.
A mensagem em Power Point, Professores Apaixonados, abriu o início do nosso encontro.
As Unidades 15 (Mergulho no texto) e 16 (A Produção Textual - Crenças, teorias e fazeres) mexeram com as cursistas Carla Luana e Juliana.
Muitas dúvidas de como e quando trabalhar certo tipo de texto foram surgindo, e o encontro foi crescendo e sendo muito válido para todas nós.
Vimos que mais que fazer perguntas sobre um texto (inclusive como vemos nos livros didáticos) é necessário levar em conta não só os dados claros do texto, mas também as inferências, para que haja uma compreensão correta.
Foi muita rica a discussão em torno da "resposta pessoal" geralmente cobrada em avaliações de interpretação de texto, pois não há resposta errsda, mas um entendimento incorreto da leitura.
Discutimos também a necessidade da escolha cuidadosa do texto, levando em conta o interesse e o conhecimento prévio de nossas turmas. Chegamos a (triste) conclusão que nem sempre fazíamos essa escolha cuidosa, e geralmente levávamos em conta nosso próprio gosto, desconsiderando que os adolescentes têm outros interesses e gostos.
A necessidade de orientar nossos alunos para que façam eles mesmo perguntas a colegas para o entendimento do texto também foi abordada, pois é mais rápido e mais fácil o professor questionar e os alunos responderem. O Gestar está ajudando a quebrar essa visão e a mudança vêm vindo aos poucos, de forma gradual. Falo não só pelas minhas cursistas, mas por mim também.
Quando conversamos sobre resumir um texto foi um alvoroço só, pois estamos acostumadas a ver outras disciplinas "resumirem" seus textos apenas cortando ou "editando" frases e parágrafos. Foi importante conhecer que o resumo pode e deve ser uma ferramenta de síntese e compreensão na sala de aula.
Foi engraçada a parte da nossa Oficina que falava sobre o "dom" de aguns alunos na escrita, mais um mito desfeito! Sem a ajuda e a orientação do professor, mesmo o aluno com maturidade e criatividade pode se perder neste processo fascinante que é a escrita de textos.
A polêmica da oficina foi sobre a avaliação dos textos: mesmo relutando em admitir, as correções ortográficas e gramaticais acabam sendo mais importantes que a coerência e coesão dos trabalhos feitos pelos alunos. Acabavam, pois nos comprometemos a equilibrar a correção textual a partir destes conecimentos.
Veio à baila o planejamento da escrita: nós, professores, já dominamos esse processo, mas nosso aluno está empenhado em escrever o texto e entregá-lo o quanto antes, assim a "tortura" (é assim que a maioria vê as aulas de produção de texto) termina. Perdia-se assim a releitura e reescritura do texto, pois pelo modo como cobramos as avaliações eles procuravam apenas pelos erros gramaticais. A partir deste encontro do Gestar vamos procurar tornar mais prazeroso o ato da redação.